quinta-feira, 18 de março de 2010

TRIBUTO A MARIA


12-11-2009


O amor, por Pe. Fábio de Melo, contempla a eleição por alguém que tira o outro do comum e o transmuta para o sagrado. É assim, da mesma forma, como os hebreus foram eleitos por Deus como seu povo, tirados da escravidão comum do Egito e levados à Terra Sagrada, tornando-os sagrados e, eleitos, elevados pelo amor.

Eleitos pelo amor somos sagrados e, junto com os anjos e santos, consagrados.

Maria, mulher comum, ainda cheia de graça pela própria pureza, ainda menina, tornou-se sagrada quando eleita a mãe da salvação.

Simplesmente Maria, a frágil menina, que possuía em seu coração o livre arbítrio para dizer não, porém elegeu o sim.

Um sim que não se desintegrou com o nascimento de Jesus, mas o sim do compromisso de continuar o plano de Deus até mesmo depois da sua morte.

Maria do Sim.

Maria que renunciou a si mesma diante de um abismo ao qual não conhecia, apenas confiou e mergulhou, levando consigo apenas a coragem de ser mãe... assumiu a sua missão e deixou tudo o mais para o rastro.

Maria do Paradoxo.

Fragilidade em forma de força e força em forma de fragilidade. Alfa e Ômega já estavam em seu ventre no dia do sim. Maria foi eleita, mas antes da resposta, olhou para dentro de si e soube do que era capaz já que sabia que o sim é eterno.

Maria do Mundo.

Anunciada pelo anjo, Maria conversava com Deus. Já estava no seu coração a convicção do poder do Pai no Filho quando, depois, pediu que Jesus realizasse o primeiro milagre nas Bodas de Caná. Mas foi mãe aqui, no mundo. Mãe que amamentava, cuidava, buscava sua cria quando perdida, acalentava e acolhia. Esposa de um homem santo, José. 

Companheira. Nasceu e foi levada nos braços pelos anjos de Deus.

Maria que se surpreende.

Encontrando seu filho que, com doze anos, havia se desgarrado, surpreendeu-se por estar pregando para os doutores. Naquele instante, que também se eternizou por uma profunda reflexão, um sentimento de orgulho talvez tenha sido transposto pelo medo do que viria, lembrando-a que a sua vida e de seu filho não teria a paz e a normalidade de uma família comum, porque profecias já riscavam o futuro dando conta do que seria.

Maria Amiga e Fiel.

Manteve sua força com Jesus, seu filho, enquanto assistia o doloroso espetáculo da sua humilhação e morte... dor e sofrimento... aceitou e compreendeu o momento em que se fundiam Homem e Deus, tendo que sufocar, dentro de si, o seu instinto de mãe que, no Calvário, gritava: “Salve o meu filho querido das garras do sofrimento”
... porque ela acreditou.

Maria Líder.

Quando Jesus já não estava de corpo ao redor dos seus apóstolos, Maria permaneceu a esperá-los e os acolheu, inconsoláveis e desorientados pela ausência do Mestre. Ela manteve-se forte na determinação do que acreditava, reuniu novamente os apóstolos e mostrou-lhes como seguir no caminho que estava por ser iniciado.

Maria Eterna.

O Sim extremo e eterno de Maria, que foi para mim oferecido, inspira a força do meu sim; o seu despojamento diante das coisas do mundo me faz confiante e, da sua paz e acolhida, me faz filho, porque esta Maria também é a Maria da Esperança.

Maria Mãe.

Mãe de mim, ela me cuida, chora as minhas tristezas e se compraz com a minha alegria. Mãe que chora também de amor pelas suas crias e que adota até aqueles que não conhecem seu filho. Maria que está sempre alerta e aparece sempre quando seus filhos precisam de força... Maria Presente.

Maria... Maria... única Maria de muitas... de Fátima, de Lourdes, de Aparecida, de Guadalupe... e muitas outras...

Maria de Nazaré.

Em oração, eu posso e devo buscar a Maria Mãe. Aquela que está pronta para me acolher e ajudar a me levantar sempre que caio, quando sinto que a minha cruz pesa além da força humana ou além do que eu acredito que posso... confiança para a hora da minha morte. Maria Amada e Necessária... Mãe querida, jamais esquecerei quando Jesus olhou nos meus olhos, pelos olhos do seu apóstolo amado, e disse: “Aí está a sua Mãe”
Desejo a justiça e a caridade de Simeão, assim também a alegria de contemplar seu filho ainda nos seus braços.

Maria Mãe, pelos olhos da minha mãe, “ensina-me a ser escolhido” e mostre-me o caminho da sua fé.

Nunes

Um comentário:

  1. Maria menina, Maria mulher, Maria mãe... mãe de todos nós. Exemplo de fé, coragem, humildade, obediência e de amor à Deus. Maria que sem pensar em si,apenas se entregou e confiou no Pai.
    Parabéns pela forma bonita e clara de descrever esta menina/mulher que nos acolhe com tanto amor

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