domingo, 30 de outubro de 2011

NOSSA MISSÃO, NOSSOS DONS



Mente quem diz que não possui dons ou talentos para oferecer, porque Deus supriu cada filho seu com dons. Isso mesmo, dons no plural.

Não somos um produto do acaso, somos planejados por Deus. “Antes de formar-te no seio de tua mãe, eu já te conhecia, antes de saíres do ventre, eu te consagrei e te fiz profeta para as nações” (Jeremias 1,5). E são dons necessários, porque para eu poder exercer a minha missão de profeta para as nações, necessariamente, Deus precisou prover para mim talentos. Ele me concedeu um pouquinho do seu poder, o suficiente para o curso da minha vida. E assim o fez com cada um dos seus filhinhos. Portanto, meu querido ou minha querida, saiba que há em você muitos dons guardados no seu coração prontinhos para serem usados, basta reconhecê-los, agradecer e juntar a eles amor para, pela missão individual de cada um, fazer parte deste perfeito projeto de vida do nosso Pai.

Tenho visto muitas pessoas usando as suas misérias para justificar o não uso dos seus talentos. Uns se dizem pobres e por isso não têm o que oferecer, outros reclamam de suas dores, dos seus desacertos, da falta de tempo, etc.

De fato, os olhos devem focar a graça, ou seja, os talentos que Deus guardou em cada coração, pois quando eu os reconheço não há espaço em mim para o lamento.

Paulo reclamou do seu “espinho na carne” e pediu três vezes que Deus o livrasse desse sofrimento, porém, diferente do que pensou em sua vã filosofia, Deus o aquietou com um lembrete: “Basta-te a minha graça, porque é na fraqueza que se revela totalmente a minha força” (II Cor 12,9).

Talentos são recursos que elevam ao amor de Deus e para isso eles devem servir.
São recursos providos por Deus e possuem um fim: fazer-se instrumento para viver no único projeto de vida, para o qual Deus nos chama, ou melhor, nos convoca, por isso não é um direito, é um dever. Assim ensina a parábola dos talentos transcrito no Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus (25, 14-30), onde Deus se mostra exigente quanto ao bom uso desses abençoados talentos.

Frutificar os dons a serviço da vida é essencialmente fonte de alegria e paz; - mire no cantor que explode sua inspiração em sons e filosofia; na dançarina que sequer percebe a dor dos pés enquanto rodopia quanto mais intensa seja a resposta que ela deseja para Deus; no pintor que se desliga do mundo todo enquanto veste as cores de sua aquarela, ou do escritor que adota as asas do anjo e voa para qualquer parte da natureza para onde a sua inspiração o transporta. Todos eles o fazem com inevitável sorriso nos olhos.

É, de fato, caso de vida ou de morte. Morte no sentido de permitir deixar a vida passar sem tê-la vivido e vida no sentido cristão da palavra viver, que é se oferecer a serviço do outro.

Que os seus dons sejam fruto e a sua missão verdade.

Que Deus te abençoe sempre.

Paz e bem,
Nunes