quarta-feira, 8 de abril de 2015

A PRESENÇA DE JESUS


LEITURA DO DIA

Naqueles dias: 1Pedro e João subiram ao Templo para a oração das três horas da tarde. 2Então trouxeram um homem, coxo de nascença, que costumavam colocar todos os dias na porta do Templo, chamada Formosa, a fim de que pedisse esmolas aos que entravam. 3Quando viu Pedro e João entrando no Templo, o homem pediu uma esmola. 4Os dois olharam bem para ele e Pedro disse: 'Olha para nós!' 5O homem fitou neles o olhar, esperando receber alguma coisa. 6Pedro então lhe disse: 'Não tenho ouro nem prata, mas o que tenho eu te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda!' 7E pegando-lhe a mão direita, Pedro o levantou. Na mesma hora, os pés e os tornozelos do homem ficaram firmes. 8Então ele deu um pulo, ficou de pé e começou a andar. E entrou no Templo junto com Pedro e João, andando, pulando e louvando a Deus. 9O povo todo viu o homem andando e louvando a Deus. 10E reconheceram que era ele que pedia esmolas, sentado na porta Formosa do Templo. E ficaram admirados e espantados com o que havia acontecido com ele.


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas:

13Naquele mesmo dia, o primeiro da semana, dois dos discípulos de Jesus iam para um povoado, chamado Emaús, distante onze quilômetros de Jerusalém. 14Conversavam sobre todas as coisas que tinham acontecido. 15Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles. 16Os discípulos, porém, estavam como que cegos, e não o reconheceram. 17Então Jesus perguntou: 'O que ides conversando pelo caminho?' Eles pararam, com o rosto triste, 18e um deles, chamado Cléofas, lhe disse: 'Tu és o único peregrino em Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nestes últimos dias?' 19Ele perguntou: 'O que foi?' Os discípulos responderam: 'O que aconteceu com Jesus, o Nazareno, que foi um profeta poderoso em obras e palavras, diante de Deus e diante de todo o povo. 20Nossos sumos sacerdotes e nossos chefes o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. 21Nós esperávamos que ele fosse libertar Israel, mas, apesar de tudo isso, já faz três dias que todas essas coisas aconteceram! 22É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos deram um susto. Elas foram de madrugada ao túmulo 23e não encontraram o corpo dele. Então voltaram, dizendo que tinham visto anjos e que estes afirmaram que Jesus está vivo. 24Alguns dos nossos foram ao túmulo e encontraram as coisas como as mulheres tinham dito. A ele, porém, ninguém o viu.' 25Então Jesus lhes disse: 'Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram! 26Será que o Cristo não devia sofrer tudo isso para entrar na sua glória?' 27E, começando por Moisés e passando pelos Profetas, explicava aos discípulos todas as passagens da Escritura que falavam a respeito dele. 28Quando chegaram perto do povoado para onde iam, Jesus fez de conta que ia mais adiante. 29Eles, porém, insistiram com Jesus, dizendo: 'Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando!' Jesus entrou para ficar com eles. 30Quando se sentou à mesa com eles, tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e lhes distribuía. 31Nisso os olhos dos discípulos se abriram e eles reconheceram Jesus. Jesus, porém, desapareceu da frente deles. 32Então um disse ao outro: 'Não estava ardendo o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho, e nos explicava as Escrituras?' 33Naquela mesma hora, eles se levantaram e voltaram para Jerusalém onde encontraram os Onze reunidos com os outros. 34E estes confirmaram: 'Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!' 35Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho, e como tinham reconhecido Jesus ao partir o pão.


COMENTÁRIO:
Após a ressurreição de Jesus, Ele aparece, primeiro às mulheres, depois para alguns discípulos, para firmar e honrar a Nova Aliança que Deus fez com seu povo, que somos nós. Para alguns a imagem de Jesus não deixou dúvida, para outros, como Tomé, foi preciso o toque em suas chagas para depois acreditar.

Assim como a tentação induziu primeiro Eva, e logo em seguida invadiu os desejos de Adão, expulsos por desejarem ser Deus quando deixaram de se reconhecerem criaturas pela ambição de tomar o lugar do Criador, Jesus nos abre novamente a porta do paraíso se fazendo homem e se entregando totalmente ao sofrimento. Ressuscitou e apareceu, primeiro às mulheres e depois, aos discípulos.

Mas, vemos pelas Escrituras que Jesus não foi tão facilmente reconhecido até por aqueles que O acompanhava.

Enquanto presos à limitação dos pensamentos materialistas, encontramos dificuldade em conceber a fé sem prova material e acreditar que os próprios discípulos de Jesus não o reconheceram enquanto conversavam com Ele. Nesta passagem, há o relato que, somente pelo gesto de partir o pão, no final da conversa, que os dois discípulos o reconheceram e, nesse instante, Jesus desaparece.

Ocorre que Jesus está VIVO!

Pela sua ressurreição, reafirmando a promessa de Deus de nos levar de volta ao paraíso, Jesus Vivo se mostra pela face de quem o revela (“Se um ou dois estiverem falando em meu nome eu estarei presente”), basta querer enxergar, não com os olhos humanos, mas com olhos espirituais.

É assim que Jesus se mostra pela face humana, repartindo o pão, ou seja, dividindo o tesouro que possui que é a mensagem do Deus pai, que é fonte de amor e paz. Ele não se faz presente pela aparência física, mas sim, pela imagem e semelhança espiritual.

Enquanto os discípulos conversavam com Jesus com a mente materialista, lamentando o sofrimento e a morte de Jesus como corpo, não enxergavam Jesus que estava com eles frente a frente, porém, espiritualmente. Só o reconheceram quando perceberam que, tudo o que Jesus ensinou, de nada valeria se não fosse compartilhado o verdadeiro tesouro, que não é material, no gesto de “partir o pão”.

Esta verdade sublime foi também compreendida por Pedro e João que, ao encontrar o homem coxo, ofereceram para ele não ajuda material (ouro e prata), como o próprio homem esperava, mas, o verdadeiro tesouro, que é a Boa Nova trazida por Jesus pela promessa realizada da Nova Aliança.

O homem curado “entrou no Templo junto com Pedro e João, andando, pulando e louvando a Deus”. E o povo ficou admirado por perceber tamanha alegria.