quarta-feira, 19 de maio de 2010

O PODER DA SUBMISSÃO


O que há de abominável na submissão? Como esta doce palavra pode assustar e causar tamanha rispidez? E por que você se assusta ao ouvi-la?

Seria por causa do sentimento que veio depois das grandes campanhas publicitárias que foram usadas para transformar um atributo belo e sublime em pejorativo? Ou você acredita mesmo que a submissão deva ser combatida?

Tenho percebido que filmes inteiros foram feitos com este tema e a mídia empenhou-se em massivas mudanças de conceitos e tendências para destruir este caminho, que para mim é divino.

Com este trabalho conseguiram ocultar censura na própria expressão que acabaram se fundindo e tornaram-se uma. Agora, a simples invocação do termo submissão traz consigo a censura que o habita. Por isso, é feio falar em submissão!

Por gostar de quebrar paradigmas, porque eu acredito que há uma única verdade, mas que esta não está sob o nosso domínio e sim de Deus, convido você para um estudo a este respeito; vamos lá?!

Antes, para compreender o pensamento, coloco algumas perguntas para reflexão:
- Obviamente que a submissão é a missão que vem depois da missão... Então, de quem é a missão? - Por que você deseja a missão e não a submissão? Não estaria a serpente novamente tentando nos induzir a desejar ocupar o lugar de Deus?

Enquanto estas questões ainda não são digeridas, proponho um olhar diferente para este termo e para o poder que a submissão pode proporcionar.

Penso que submeter-se é se fazer presente de maneira suave, é ajudar a construir e se decidir a favor, participar, renegar a si mesmo do jeito que somente quem possui o verdadeiro poder é capaz.

Submeter-se não é render-se ao pejorativo e desagregar valor do próprio nome, pelo contrário, talvez seja o único meio de adquirir solidez e se manter equilibrado.

Não é forte aquele que domina o leão pela chibata. Falamos aqui de grandes poderes, mas na mesma proporção, os pequenos também seguem esta linha. E é esta a reflexão que queremos provocar, se você acredita que matar um leão a cada dia faz de você uma pessoa forte, tente pensar na força daquele que o abraça.

Engana-se quem se defende da submissão e não se presta a compreender o seu valor.

Engana-se aquele que foge da submissão em busca de pseudos poderes. Tolo, busca para si responsabilidade. Não observa que Jesus, o homem mais poderoso deste mundo, teve a submissão como fonte de poder. Enquanto deixou que a fraqueza dos tiranos fosse exposta por si só, manteve a sua paz quando tentaram tirar dele a mácula que não estava nele, mas nos próprios corações dos tiranos; que Mahatma Gandhi defendeu o seu povo pela submissão e se tornou um homem respeitado em todo o mundo; que Maria, a mulher mais poderosa deste mundo entre os católicos, só se fez assim porque se submeteu, entregou-se de corpo e espírito a um projeto que não era dela e sim de Deus, sofreu as piores humilhações enquanto via o seu único filho ser esmagado, mas assim mesmo não se pôs a elevar o seu nome nem seus méritos; que Zilda Arns poderia se recolher ao conforto da sua casa, mas preferiu servir e se submeter, transformando caridade em poder; e que Francisco de Assis, abdicou-se de todas as suas posses e reputação e se pôs nu, noivo da pobreza, conquistando para o seu nome um poder que rei algum possui; além de outros exemplos que conhecemos que, pela submissão, tornaram-se grandes personalidades.

O que é mais forte? Uma destas figuras ou a de um ditador ou milionário qualquer que conhecemos? Onde estão os milionários que já passaram por aqui? E os ditadores?

É impossível ganhar o poder quando se deseja poder; porque é uma concessão de ação indireta, dado pelo respeito coletivo ou pela admiração coletiva, e não pela pretensão de quem o deseja. Assim, só há um caminho para alcançá-lo, a humildade. Porque só possui poder aquele que pode fazer algo por outras vidas... é o que chamamos “lider”; que é livre porque se permite ser submisso... Paradoxo?

O mundo deseja desacreditar esta verdade e se faz convincente à medida que se dedica; mas, valendo-se da ternura e do amor, Jesus combateu esta idéia, insistiu e, no final, comemorou: “Eu venci o mundo !!”
Nunes