quinta-feira, 23 de setembro de 2010

AMOR & FELICIDADE


Assim como o amor está para a paixão, a felicidade está para o desejo, ou seja, nada a ver.

O amor constrói, a paixão consome...

A felicidade satisfaz, o desejo frustra...

O amor e a felicidade não são precedidos de sentimentos, esqueça! São manifestações que se realizam a partir de uma decisão. É opção de cada um amar e ser feliz, não é uma condição determinada por sentimentos involuntários.

Seria odioso, não acha? … se todas as expectativas de felicidade estivessem sujeitas à instabilidade dos ventos, como palha na tempestade; se não estivessem sob o próprio domínio daquele que decide amar e ser feliz.

Os sentimentos prematuros, mesmo parecendo provocar a falsa sensação de bem estar, são só parasitas que têm a missão de confundir o que é essencial, principalmente se falamos de paixão e desejo, estes que são entraves para o amor e a felicidade.

E, não bastasse esses sentimentos parasitas, a essência também sofre com as doenças que também maculam, como o vício e a dependência.

A paixão e o desejo são o canto da sereia que atrai para o fundo do mar, mas as doenças estão instaladas no coração e carecem de cura. Porque o vício e a dependência causam cegueira e podem levar à morte da alma.

Por isso, o amor deve ser purificado à sua essência para então preceder a felicidade.

O amor deve ser redescoberto da poeira que se acumulou sobre ele por milênios de informações poluídas e conceitos amargos. Precisamos reaprender a pilotar o amor.

Já disse o apóstolo Paulo: “- conhecemos apenas uma pequena porção do amor, pois ainda somos crianças... chegará o momento em que o conheceremos na sua forma plena”.

Mas, o mesmo Paulo também afirmou: “- faço o mal que não quero e não faço o bem que eu preciso...”

Talvez estivesse ele dizendo que não tinha domínio sobre os seus desejos e vícios, assim estava impedido de viver o verdadeiro amor e felicidade, mesmo sabendo que só pelo amor é possível compreender e ter coragem para acolher a felicidade como ela é.

Mirem-se no exemplo dos monges budistas tibetanos, que têm o hábito de construir enormes mandalas utilizando sal colorido. Depois de dias de dedicação, quando prontas, eles as destroem impiedosamente. É o exercício que os ajuda a desenvolver coragem para abrir mão daquilo que possa paralisar pela beleza e sedução. Desta forma se faz necessário agir também diante da paixão e do desejo. Deve-se eliminar, num só golpe, a crosta formada por esses sentimentos que recobrem o amor.

São Francisco deu esta lição. Ele ensinou a simplicidade, que parece simples, mas requer um processo de aprendizado para vivê-la. Casar-se com a pobreza não foi um simples ato de alguém que decidiu pela vida santa ou pretensiosa depois de ter cansado de viver como um aventureiro abastado, esta atitude representa a decisão de renegar o desejo e o vício para amar essencialmente.

Francisco foi um dos poucos que conseguiu viver o amor na plenitude e na sua essência porque viveu livre da paixão e da dependência. Ele sabia que é possível e o fez.

Quanto a nós, que o anseio de viver como novos homens e novas mulheres a contemplar a vida como essência divina, estejamos prontos para conhecer o amor. Poder oferecer, como Francisco, o doce desta força e então recomendar PAZ E BEM.

Nunes

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